Examinei
a faca que tinha na mão.” Essa é a primeira frase de Uma garota
de muita sorte, romance de estreia de Jessica Knoll que se tornou o
suspense mais comentado de 2016. Com incrível desempenho de vendas e
chancela imediata da crítica, Uma garota de muita sorte rendeu à
autora comparações instantâneas com dois sucessos do thriller
contemporâneo: Gillian Flynn (Garota Exemplar) e Paula Hawkin (A
garota do trem). Há mais de um ano na lista dos mais vendidos do The
New York Times, o livro flerta com o terror, usa ingredientes de
crimes reais e faz uso de grandes viradas narrativas para narrar a
trajetória de uma protagonista doentia, que ganha a simpatia o
leitor à medida que a história avança, até alcançar um final
chocante e surpreendente. Uma garota de muita sorte marca também a
estreia da Luz Negra, coleção que reunirá a revelação do novo
suspense contemporâneo.
A
narradora, Ani FaNelli, tem 28 anos, um ótimo emprego, um endereço
impressionante, um corpo invejável, um noivo que é praticamente um
príncipe encantado e, não podemos esquecer, uma faca na mão. Ela
não consegue parar de imaginar como seria enfiar aquela lâmina
forjada de níquel e aço na barriga do futuro marido, mas, para além
de seus pensamentos, tudo o que faz é sorrir para o vendedor e
concluir a compra em uma luxuosa loja de utensílios de cozinha
nova-iorquina.
Ani,
acima de tudo, sabe falar bem, se vestir bem, comer bem (e pouco,
para continuar se vestindo bem, ou seja, tamanho PP), mas guarda
certos segredos. Em resumo, Ani, ou melhor, TiFani FaNelli, é uma
farsa – uma personagem detestável, ainda que desconfortavelmente
familiar: Uma garota de muita sorte apresenta uma história
envolvente que junta sarcasmo, ultraje e ternura para abordar, de
maneira pouquíssimo convencional, temas como aparências,
autoconhecimento e fantasmas pessoais.
No
centro da trama está uma polêmica cena de estupro coletivo, que a
autora revelou ter sido baseada em sua própria experiência. Em
texto divulgado no site Lenny Letter, mantido por Lena Dunham, da
série Girls, a autora contou que, na época da escola, foi a uma
festa, flertou com um rapaz, bebeu demais e desmaiou. Acordou com um
estranho entre suas pernas – e ele não era o único. Ninguém, no
entanto, chamou aquilo de estupro; pelo contrário: Jessica ganhou
fama de “vagabunda”. “Assim como Ani, a única forma de
sobrevivência que encontrei foi rir alto dos meus estupradores,
falar manso com as garotas malvadas e me dedicar a cavar meu túnel
para fora dali”, escreveu.
Comparado
pela crítica a clássicos contemporâneos do thriller literário
como Garota exemplar, de Gillian Flynn, e A garota do trem, de Paula
Hawkin, Uma garota de muita sorte leva o mistério, as reviravoltas e
a narrativa ensandecida desses romances aos cenários de Sex and the
city e O diabo veste Prada – que surgem tingidos dos mais diversos
tons de vermelho: violência, sexo, loucura. Referências à parte, a
autora mostra qualidades e estilo muito próprios para traçar uma
sátira mordaz da condição feminina no século 21.
Não
é à toa que Reese Whiterspoon, atriz vencedora do Oscar e produtora
de sucesso (à frente, aliás, da adaptação de Garota exemplar, uma
das maiores bilheterias de 2014), já está preparando a transposição
de obra ao cinema. Como publicou o jornal Los Angeles Times, Uma
garota de muita sorte “é suspense da melhor estirpe, comprovando
uma profunda conexão entre o gênero e nossos medos e anseios...
Jessica Knoll é uma escritora em que devemos ficar de olho”.
SOBRE
A AUTORA
Jessica
Knoll foi editora sênior da revista Cosmopolitan e chefe de redação
da Self. Cresceu nos subúrbios da Filadélfia, estudou na Shipley
School, na Pensilvânia, e se formou pela Hobart and William Smith
Colleges, no estado de Nova York. Hoje vive com o marido na cidade de
Nova York. Uma garota de muita sorte, seu primeiro livro, teve os
direitos vendidos para 17 países.
Informações da Editora Rocco
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