Especial FLIS 2016: Ana Cristina Cesar


Amanhã, 14, a partir das 9h, na Biblioteca Municipal Assis Chateaubriand, começa a 3ª edição da FLIS – Festa Literária de Ilha Solteira. Com o tema “Biblioteca Viva!”, a nova edição do evento vem com a proposta de valorização da Biblioteca como um espaço de lazer, vivência e fruição cultural. E o Clube de Leitura “Ler É Viver” vai participar da programação, promovendo um Sarau cujo tema é a obra da poetiza Ana Cristina Cesar. Os membros do Clube farão um recital, declamando os principais trabalhos da autora, na sexta-feira, dia 16, a partir das 20 horas. Saiba mais sobre Ana Cristina Cesar, uma das homenageadas da FLIS 2016:

Ana Cristina Cruz Cesar (1952 — 1983) foi uma poetiza e tradutora brasileira, conhecida como Ana Cristina Cesar (ou Ana C.). É considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo da década de 1970, e tem o seu nome muitas vezes vinculado ao movimento de Poesia Marginal. Filha do sociólogo e jornalista Waldo Aranha Lenz Cesar (fundador da Editora Paz e Terra) e de Maria Luiza Cruz, Ana Cristina nasceu em uma família culta e protestante de classe média. Irmã de Flávio (viúvo de Gabriela Leite, fundadora da Daspu) e Filipe.

Antes mesmo de ser alfabetizada, aos seis anos de idade, já ditava poemas para sua mãe. Em 1969, Ana Cristina Cesar viajou à Inglaterra em intercâmbio e passou um período em Londres, onde travou contato com a literatura em língua inglesa. Quando regressou ao Brasil, com livros de Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield nas malas, dedicou-se a escrever e a traduzir, entrando para a Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), aos dezenove anos.

Cesar começou a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletâneas, revistas e jornais alternativos. Seus primeiros livros, Cenas de Abril e Correspondência Completa, foram lançados em edições independentes. As atividades de Ana Cristina não pararam: pesquisa literária, mestrado em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária (na Universidade de Essex), em 1980, e a volta ao Rio, onde publicou Luvas de Pelica, escrito na Inglaterra. Em suas obras, Ana Cristina Cesar mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.

Cometeu suicídio aos trinta e um anos, atirando-se pela janela do apartamento dos pais, no sétimo andar de um edifício da rua Toneleros, em Copacabana.

Armando Freitas Filho, poeta brasileiro, foi o melhor amigo de Ana Cristina Cesar, para quem ela deixou a responsabilidade de cuidar postumamente das suas publicações. O acervo pessoal da autora está sob tutela do Instituto Moreira Salles. A família fez a doação mediante a promessa de os escritos ficarem no Rio de Janeiro. Contudo, sabe-se que muitas cartas de Ana Cristina Cesar foram censuradas pela família, principalmente as recebidas do escritor Caio Fernando Abreu.

Principais obras

Poesia

Cenas de abril (1979)
Correspondência completa (1979)
Luvas de pelica (1980)
A Teus Pés (1982)
Inéditos e Dispersos (1985)
Novas Seletas (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)
Poética (obra completa, 2015)

Crítica

Literatura não é documento (1980)
Crítica e Tradução (1999)

Variados

Correspondência Incompleta (organização: Heloisa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho, selo HB, e-galáxia)
Escritos no Rio (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)
Escritos em Londres (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)
Antologia 26 Poetas Hoje, vários autores (organização: Heloisa Buarque de Hollanda)

Ana Cristina Cesar – O sangue de uma poeta, de Italo Moriconi (selo HB, e-galáxia)

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