E um forte cheiro de bebida barata.
Olho em volta.
Coloco as mãos na cabeça e desabo.
É sempre assim…
Sempre o mesmo filme sujo e sem graça.
Olho no espelho e não me reconheço mais.
Olhos profundos.
Profundo nada.
Só as migalhas…
Minha vida se resume a porres
E tentativas falhas de ser alguém melhor.
Nunca consegui ter paciência.
E sempre fiz merda.
Sempre deixei tudo escapar por entre os dedos,
E só observava de longe.
Não dizia nada.
Não fazia nada,
A não ser observar…
Minha alma cheira podre.
Tudo não me diz mais nada.
É só o nada.
Só os restos de uma vida entupida
De descrenças e desgraças.
Sou só mais uma mosca nojenta que corre por aí
À procura de alguém pra perturbar
Em troca de migalhas e sentimentos baratos.
Dani Sabino (texto do Sarau dos Amigos de 22/03/2019) |
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