"Lama, revolta e mágoa" - Nilo Carvalho


Não  serviu de aprendizado, 
O ocorrido no passado. 
Mariana inda clama, 
Chama, mas a justiça  não  escuta. 

Muito tempo já  passado, 
Pra Vale, vale nada é  passado. 
E  de repente Brumadinho, 
Igualzinho, mais vidas soterradas no caminho. 

Caminho por  onde o rejeito passou, 
Levou  lavou os olhos em lágrimas. 
Lágrimas salgadas, lama revolta e mágoa. 
Triste fato consumado, 
Nota de escarro, escárnio  na  cara  de cada família, de cada vítima. 

Insensibilidade à  toda prova, 
De toda a forma. 
Quem se conforma? 
Ninguém, ninguém  entende. 

Mais uma vez a  morte passou rente, 
Seifando, água, planta, bicho e gente. 
Muita gente mártires  da ganância  inescrupulosa , danosa, venenosa. 

Será  que valeu a pena dar de bandeja? 
Pra apenas colher tristeza e nada mais? 

Será  que os responsáveis  pela barbárie ambiental  e social dormem? 
Dormem à  anos negligenciando a tragédia  anunciada. 
E  agora não  resta mais nada,  
Só  lama, revolta e mágoa. 

Nilo Carvalho
(texto do Sarau dos Amigos de 26/04/2019)


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