O pé de amora encobria metade do paiol de guardar milho e as ferramentas.
O esteio de forquilha sustentava o chapéu de palha, e também escorava um caco de enxada de muita utilidade ainda.
Saindo da cozinha para a varanda, no batente da porta, havia um prego. Ali, à noite, na hora do descanso, sempre ficava pendurado o aventalzinho xadrez, que era feito do mesmo tecido da toalha daquela mesa.
Durante o dia( imagina só), ele se transformava, ganhava alma, e trabalhava muito.
Quase sem ser notado, corria na preparação das coisas, organizava a casa e também as dependências daquele quintal. Cuidava de todos os detalhes e tudo ficava pronto na hora certa. -Como era trabalhador e esperto!
A varanda era pequena e simples, o quintal já estava lavrado, a casa limpa e arrumada.
Era hora da merenda.
Ele correu no paiol e catou alguns ovos, e da prateleira catou mais alguma coisa, e rapidamente fez um pão e colocou-o sobre a mesa e chamou:
-Vêm quem estiver com fome!
O pão era marronzinho, macio, cheiroso e estava quentinho.
A prole se ajuntou e comeu o melhor pão do mundo.
Com a alma de um anjo, o aventalzinho sorriu e comeu também.
-Óh! Que saudade!
Relembrando o tempo que já vivi e as coisas importantes que fiz em minha vida, sinto-me um grande inútil, pois nunca aprendi a fazer um pão.
E hoje, toda vez que vejo ou compro um pãozinho francês, lembro-me do aventalzinho xadrez, que sempre dei nota dez.
E você amigo leitor, que nota daria para o aventalzinho xadrez, que fazia o melhor pão do mundo?
0 Comentários