As voltas que a vida dá (de trás para frente)


Por Edilson José de Almeida


O destino somos nós que traçamos ou já é predeterminado pelas crenças ou conceitos ou preconceitos herdados por todos nós? Ficam as perguntas. Cadê as respostas?


A briga começa contra 300 milhões de espermatozoides ou também pela personalidade forte do óvulo em definir qual deles é o merecedor e, às vezes, mais de um é escolhido! É a primeira exclusão aos que se veem não convidados para a magia da vida. De fora para dentro, contra Platão em sua caverna, a vida começa nessa prisão. Eis o início do fim!


Um pouco antes da luz aos olhos, a volta definitiva, ficamos de cabeça para baixo ou de ponta cabeça e, instantes depois, o primeiro tapa para o primeiro grito de dor e todos felizes comemorando que estamos bem, quer dizer, logo depois da pergunta: “Está perfeito e com saúde!?”. E se esse conceito nos é ainda desconhecido? Que raios de padrões são esses? Logo, no amontoado de berços, ainda imperceptíveis aos nossos conceitos, mas que depois reproduzimos na primeira microssociedade do berçário, depois da família, depois da creche, depois da escola e depois...


Na adolescência, bradamos que não pedimos para nascer! Bem, deixemos as ideologias, mas com certeza lutamos pela vida desde o princípio ou fim. Mais uma vez, (re) voltas do que somos e, a cabeça pira perante tantas incógnitas das nossas individualidades coletivas. Ouvimos: “Homem não chora!; “Menina deve sentar-se com as pernas fechadas!”; “Você ainda não tem idade para isso!”; “Deus castiga!”; “Coisas de meninos e coisas de meninas!”; “Você não faz nada. Só estuda!”; “Ande com pessoas melhores que você!”; “O que será quando crescer!?”. Aliás, quando crescemos? O espelho é o nosso amigo íntimo e revela-nos todas essas respostas, mas muitas vezes, pede-nos segredo até renascermos para a vida adulta e, principalmente, provedor do próprio sustento.


Sabemos quem somos e necessitamos de mais um tapa para soltarmos o grito de dor mais libertador de nossas vidas. Eu recebi um bem forte da Cecília Benevides de Carvalho Meireles com o livro “Ou Isto ou Aquilo”. Não importa o que façamos. Já estamos escolhendo.


Na juventude, bradamos que não sabemos o que ser! Bem, deixemos as ideologias, mas lutamos pela vida desde o princípio ou fim. Mais uma vez, (re) voltas do que somos e, a cabeça pira perante tantas alternativas das nossas individualidades coletivas. Ouvimos: “Homem chora!; “Menina pode sentar-se com as pernas abertas!”; “Você já tem maturidade para isso!”; “Deus não castiga!”; “Coisas de meninos e de meninas!”; “Você pode fazer tudo. Só estude!”; “Ande com pessoas!”; “Quando crescer, o que será!?”. Aliás, quando crescemos? O espelho é o nosso amigo íntimo e revela-nos todas essas respostas, mas muitas vezes, decidimos mantê-las em segredo, pois não interessa a ninguém. E renascemos para a vida adulta e, principalmente, somos provedores do próprio sustento.


Um pouco antes de surgir a luz aos olhos enrugados, a volta definitiva, ficamos de cabeça erguida e, instantes depois, o tapa para o último grito aliviado de dor (ou não) e todos felizes comemorando que agora estamos bem, que descansamos, quer dizer, logo depois da pergunta: “Será? Afinal, ele gozou a vida sempre de trás para frente!”. E se esse conceito nos é ainda desconhecido. Fodam-se os raios de padrões de vida, de sociedade e de pós morte. Logo, no amontoado de epitáfios (gratidão Titãs), ainda imperceptíveis aos nossos obscuros conceitos, mas que depois é o que sobra na derradeira microssociedade dos vermes. E depois? Quem sabe? Quando eu partir, se der, se puder, reviva-me num texto do Celeiro Cultural. 


A variedade até lá deve ser bem diversa. Agora, cuidado, pois lá, são personalidades fortes desde o útero. Você será abduzido e, às vezes, mais de uma vez! Lá, não há exclusão para a magia da vida. De dentro para fora, qual Platão em sua caverna, a vida começa na educação. Eis o início...


Cadê as respostas? Ficam as perguntas! O destino somos nós que traçamos ou já é predeterminado pelas crenças ou conceitos ou preconceitos herdados por todos nós? Faça a sua escolha!


Edilson José de Almeida é professor

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45 Comentários

  1. Parabéns,. Eu sabia que você ia nos surpreender e surpreendeu mesmo.....show....

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  2. Texto emocionante em muitas partes acolhedor! Que ótimo poder dividir esse espaço e que ele seja o sucesso que seu trabalho é com os alunos!

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  3. Parabéns prof. Vc é demais! Muita admiração e respeito!

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  4. Parabéns meu prof preferidooooooooooooooo

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  5. Amei! Excelente reflexão!! Parabéns Edilson!!!!!

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  6. Inspirador e só mesmo tempo introspectivo. Nos faz pensar! Parabéns.

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  7. Corrigindo.... Ao mesmo tempo.....

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  8. Muito bom! Parabéns pelo belo texto!

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  9. Parabéns Professor tu és uma inspriração a todos eu e minha familia sentimos saudades de suas aulas e da pessoa mega especial que tu és.
    Parabéns pelo lindo texto😍

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  10. Gostei muito da reflexão!!! E diante dessas respostas, crenças, conceitos , preconceitos, vamos nos construindo, destruindo, reconstruindo... A nossa escolha!!! Parabéns professor Edilson.

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  11. Parabéns! Belo texto! Perfeita reflexão!

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  12. Parabéns!!!

    Professor Edilson. Texto Perfeito e verdadeiro.
    Sucesso Sempre.


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  13. Parabéns, Edilson pelo homem que chora e sorri! Aliás, eu também sempre indago "quando crescemos?". Acredito que nunca paramos de crescer, pois nunca estamos prontos e nem finalizados. Parabéns!

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  14. Parabéns professor! Você e demais!

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  15. Parabéns, texto maravilhoso! Um professor que faz a diferença, encantando sempre com textos, conversas e sabedoria!

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  16. Que texto maravilhoso, meu amigo! Obrigada!

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  17. Que texto maravilhoso, meu amigo! Obrigada!

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  18. Parabéns pelo texto meu primo de excelente reflexão para todos nós um abraço professor

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  19. Parabéns pelo texto meu primo de excelente reflexão para todos nós um abraço professor

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  20. Parabéns, professor. O texto traz, de forma muito interessante, uma reflexão sobre a nossa existência e também sobre as mudanças de paradigmas sociais que estão ocorrendo nas últimas décadas.

    Com relação à pergunta: “O destino somos nós que traçamos ou já é predeterminado pelas crenças ou conceitos ou preconceitos herdados por todos nós?”, acredito que cada um de nós encontrará uma resposta diferente.

    Entretanto, diante das reflexões, acredito que o mais importante é lutar pelo direito de manter aquilo que acreditamos ser correto, lutar pelo direito de propor mudanças naquilo que achamos que não se adequa mais à nossa realidade e lutar pelo direito de se opor às mudanças propostas por terceiros, com as quais não concordamos.

    Só assim, poderemos manter o nosso direito de escolha.

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    1. Muito obrigado, professora Erica! Sim, todos somos formadores de opinião e devemos lutar sempre pelo que achamos correto, cidadão e ético. Que as próximas gerações sejam bem melhores! Mais uma vez, minha gratidão!

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